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Xavi Moya, 9 vezes campeão mundial de Full-Contact, 1 vez campeão mundial de Kun-Fu, 3 vezes campeão espanhol de boxe profissional, 1 vez campeão intercontinental da IBF, etc., dedica-se atualmente exclusivamente ao desporto, no domínio dos desportos de contacto e das artes marciais, tanto no seu ginásio, que continua a dirigir com êxito, como em actos e eventos relacionados.
Há quanto tempo se dedica às artes marciais e aos desportos de contacto?
Estou ligado às artes marciais e aos desportos de contacto há cerca de 32 anos.
Como é que começou a praticar?
Comecei quando tinha 15 anos, porque fui assaltado depois da escola e pensei que tinha de aprender a defender-me. Foi assim que comecei nessa idade e continuo a fazê-lo até hoje.
Fale-nos do seu ginásio, que actividades oferece?
Abri o ginásio há 26 anos e tenho vindo a acrescentar-lhe cada vez mais coisas. Hoje em dia, temos todos os tipos de artes marciais e desportos de contacto. Karaté, Taekwondo, Hapkido, Jiu-jitsu brasileiro, Krav Maga, Boxe, Kick Boxing, Muaythai e MMA. Como vê, um pouco de tudo. Temos também uma grande sala de musculação.
Como é o seu dia a dia?
O meu dia a dia em geral é treinar um pouco logo de manhã e depois dar 2 aulas de manhã e à tarde o mesmo, mais umas 3 aulas e mais uma hora de treino, para me manter. Este desporto é a minha vida e adoro-o. Mesmo agora que me retirei da competição, gosto de continuar a treinar a um bom ritmo.
Já foi campeão em todos os tipos de desportos de contacto e artes marciais, quais prefere?
Comecei com Kung-fu, full-contact e boxe acima de tudo. Também ganhei o primeiro vale-tudo em Espanha. Penso que a mãe de todos estes desportos é o boxe e talvez seja o que mais gosto, embora as técnicas espectaculares de pernas do full-contact também fossem as minhas preferidas.
Qual é a sua modalidade preferida?
Sentia-me melhor no Full Contact e no Kick Boxing, onde podia lutar e dar pontapés à vontade. Digo-vos, as minhas pernas eram uma arma muito boa para mim.
Qual foi o seu combate mais difícil?
Talvez o combate mais difícil tenha sido em Inglaterra, era a defesa do Campeonato do Mundo de Full Contact. O adversário tinha tudo controlado. Ganhei por K.O. no 12º assalto, mas até lá o adversário aguentou tudo e reagiu. No boxe, o combate contra Castillejo. Ele era e tem sido o melhor pugilista espanhol da história e lá estava eu. Perdi, mas contra um excelente e melhor adversário.
pessoa. É isso que nos resta, o número de amigos, antigos rivais e muito bons camaradas, que juntos fizemos com que as pessoas falassem do nosso desporto.
E a tua melhor recordação dentro do ringue?
Muitas recordações. Talvez quando me tornei campeão do mundo de Kung-fu na China, com combates muito duros, e no final, quando ganhei, foi uma grande satisfação. Estar no berço deste desporto e ganhar, com o reconhecimento de todos os fãs, foi algo mágico. Depois, regressamos ao nosso país e ninguém ou quase ninguém ouviu falar disso, mas essa satisfação vai ficar comigo para sempre.
Que sensações teve ao lutar noutros países e ao disputar um título?
Quando se luta no estrangeiro, percebe-se a diferença na importância do desporto. Lá fora é-se muito mais valorizado, reconhecem mais o que se faz, mas quando se luta há muito tempo vê-se que é uma coisa normal. É triste que se seja muito mais valorizado lá fora, mas é assim que as coisas são.
Quem é o teu lutador preferido neste momento? O que achas do Connor McGregor?
É difícil escolher um lutador preferido. No boxe gosto do Cotto, mas há tantos para ver. Conor McGregor fez história e, apesar de ser muito arrogante, é um lutador muito completo, com boa esgrima, pontapés e bom trabalho de chão. Um grande atleta e um melhor showman, e isso é showmanship. Há que ser bom e não deixar ninguém indiferente e ele é um 10.
Como vê a cena espanhola neste momento e quais os jovens lutadores que estão a progredir mais?
Em Espanha, temos grandes lutadores e o sistema de jovens não pára. Imaginem com mais apoio dos media. O nosso carácter não faz de nós guerreiros e lutadores. Eu não destacaria nenhum deles porque são muitos e têm uma grande projeção.
Colaboraram num projeto muito atrativo chamado "O Círculo", ainda está em curso ou parou? O que aconteceu?
O Círculo continua, mas ao nosso próprio ritmo. Começámos com força, mas continuamos. Em breve haverá notícias sobre as próximas eliminatórias. Noutros países, o projeto está a correr muito bem e temos cada vez mais países a quererem organizá-lo em casa, mas pouco a pouco, para o podermos consolidar À MEDIDA QUE SEJA NECESSÁRIO.
O que acha que é necessário em Espanha para que exista um campeonato como a UFC, com tanto poder mediático?
Precisamos de uma televisão que aposte nestes desportos como acontece no resto do mundo. Espanha tem demonstrado que tem muito bons lutadores e um público cada vez mais informado. Repito, só precisamos de apoio televisivo, que posso dizer que, juntamente com outras pessoas, estamos a lutar para que seja uma realidade. Tempo ao tempo e paciência, está quase a sair. Vamos confiar nisto, estamos a trabalhar há alguns anos para tornar este canal uma realidade.
Que conselho daria a jovens jogadores promissores?
O meu conselho para todos eles é que lutem pelo que querem. Que o sacrifício seja recompensado e que tenham paciência, como já disse, a televisão neste país está mesmo ao virar da esquina para estes desportos, e esse sacrifício será recompensado. Aqueles que continuarem e valerem realmente a pena verão que o seu sonho também será recompensado economicamente, que é o que nos falta agora. Sermos verdadeiros profissionais no ringue, mas também na conta bancária e sermos considerados desportistas de topo, que merecemos e que merecem esses campeões que deixam tudo no ginásio por quase nada. Isto tem de mudar e garanto-vos que estamos a trabalhar nesse sentido.
Muito obrigado Xavi pela tua simpatia e boa sorte para o futuro.
Um grande abraço
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